quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Sinto que eu nunca vou conseguir superar a tragédia, que ela é parte da minha vida e sempre será. Aquele mesmo conjunto de fatores que me constrói, me transformou nessa tragédia, e eu não consigo me desvencilhar dela, porque eu sou ela. Parece que todas as vezes que eu tento expressar o quanto isso me assusta, um buraco se abre no chão e me suga pra dentro de mim. Eu sinto que não pertenço a nada do que eu estou fazendo parte no momento. Parece que mais uma parte de mim morre enquanto eu vou vacilando na minha luta contra mim mesma. E que tudo que eu fiz até agora só serviu pra me magoar mais e mais, enquanto eu vou me atirando em buracos cada vez mais profundos e deprimentes.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Estou me afogando, por opção. Escolhi viver a tragédia, só assim ela poderá fazer sentido.
Não há como fugir, precisamos viver isso, precisamos suportar isso.
Somos aquilo que escolhemos ser, somos o que vivemos, somos uma construção de fatores, escolhas.
Precisamos viver a tragédia, pois a vitória sobre ela só será plena se encararmos ela como uma prova de amor.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Pela força que eu imaginava ter, pensei que me sairia bem melhor. Há motivos pra sorrir, há alegrias novas, velhas, expectativas. Há tanto por vir, tanto por ir, há tanto. Precisamos aprender a lidar com nossos demônios, regular as vontades, reclamar menos, fazer mais. Buscar todo dia uma força que a gente não tem, pra poder ser um pouco mais feliz. Conviver com o inimigo, chorar as lágrimas de sangue que nos consomem, tirar o peso do mundo das costas. Achei que por tudo que já tinha ido, o que estava por vir não era tão preocupante, mas, como saber o que acontecerá? Percebi que foi prepotência, agora só preciso organizar o tabuleiro e parar de subestimar o inimigo.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

03/15

Trancei meus desejos em uma fita de expectativas. Dancei nas ruas erradas, joguei pedras onde deveria entregar flores. Virei chuva, quando meus raios de sol eram suplicados pelos mais amados. Chorei rios de lama e lembranças, quando deveria sorrir pras novas sementes.
Tentei voltar, buscar a maré baixa, mas me deixei ser levada pela corrente.
É tão confuso, ver que de um ano pro outro, mudou todo o contexto, todo o certo e todo o errado, tudo caiu por terra. Mas um vazio perturbador continua me consumindo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Mais uma noite de insônia, acompanhada por um comprimido de 5-(2-clorofenil)-1,3-diidro-7-nitro-2H-1,4-benzodiazepina-2-ona. Mesmo tentando induzir o sono, estando razoavelmente mais tranquila em relação as situações perturbadoras vividas, o sono não me vem. Passa-se aquele dia, como me dizem que deveria ser vivido, de forma saudável (onde eu discordo em partes), espera-se uma reação fisiológica favorável. Começando a juntar os pontos, e olhar para os parâmetros que podem influenciar essa falta de efeito induzido que eu tento jogar sobre o meu corpo, percebo que de fato, um dia não é o necessário para recuperar algo que foi construído a base de queimaduras profundas pelo corpo e lacerações mal cicatrizadas. O engano bruto da felicidade de um dia, vem acompanhado da insônia predominante do seguinte, pois é necessário perceber, que alegrias não curam traumas, mesmo que seja induzida uma forma de fantasiar que sim, está mal resolvido.

domingo, 31 de janeiro de 2016

Tem um sentimento de angústia que me persegue, que me sufoca, e me tira toda paz que eu achava ter. Passaram-se vários meses, uns péssimos, outros quase bons, e aquela velha dor continua a me corroer por dentro, a me deixar sem fôlego e sem vontade de mais nada. Pelos pedaços de vida que foi deixando pelo caminho, aquela dor foi substituindo a magia linda da amizade que ela destruiu.

sábado, 30 de janeiro de 2016

As vezes eu me vejo obcecada em vários momentos, com coisas, pessoas e assuntos diferentes. Uma passa, começa outra, que se transforma em outra, e quando eu acho que superei a primeira, tá lá, de novo! Chega a ser engraçado, em alguns momentos, em outros só acho que tô ficando cada dia mais pirada.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Tô caindo fora. Minha inércia sentimental nesse jogo da vida tá me levando pra lugares obscuros demais para serem acessados, vividos, até mesmo contados. Vou me dar aquele tempo, de novo. Já aprendi com o tempo e com a experiência a hora de ir embora. Então, tô indo.