terça-feira, 28 de junho de 2011

Sem sentido.

Entender, um pouco sobre o nada, um pouco de loucura, uma pequena faixa de embriagues e cada membro do meu corpo pede socorro. Nada é fácil, tudo é um conjunto de nadas que formam um grande emaranhado de coisas sem sentido.
Seria mais fácil, se o complicado fosse simples e o simples fosse fácil, mas o fácil é complicado, e o simples é complexo.
Aonde leva essa loucura toda que a gente sente e comenta sem nem entender o que está falando sendo que o mais fácil era simplesmente ficar quieto?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aquele sorriso.

Um sorriso bonito, inconstante, felicidade semi-forçada.
O que me atraiu naquilo, foi a vontade de sorrir, podia lhe faltar os motivos, podia realmente não precisar daquilo, mas estava lhe fazendo bem.
Era fácil pra gente esquecer tudo e viver com aquela realidade, a nossa realidade, era diferente do resto, diferente de tudo que eu conhecia. Pensar naquele sorriso, hoje pra mim salva momentos de crise e fazem com que o mundo de verdade já não exista mais.
É possível hoje, sorrir por nada, só com as lembranças, considero que quem não as tem deva se sentir incompleto, impossível conversar sem esse pensamento, os diálogos parecem infundados, os monólogos impossíveis.
Daria quase tudo por uma lembrança a mais, daquelas covinhas sorrindo pra mim, meio sem jeito, quase desajeitadas, querendo o mesmo de mim. Não existia o não retribuir, assim como não existiam motivos pra não sorrir. Só existiam dois sorrisos, em completa sintonia, aquilo era tão perfeito que parecia uma obrigação nossa para com o universo, aquelas que, caso não existisse, metade de tudo não faria sentido.

Meu mundo de mim.

Andava pelo mundo sem entende-lo, algo mutuo entre mim e o mundo, entre mim e a sociedade, entre mim e a minha natureza. Queria entender tudo de uma vez só, queria que a compreensão de repente existisse, queria que fosse mais fácil do que nunca será nem nunca foi.
Corri, corri atrás do conhecimento, mas o conhecimento era controverso, o mundo é uma grande contradição, aprendia, e logo depois desaprendia, pois achava que estava aprendendo errado, os valores e tudo o mais, um era contra o outro.
Me encontrava perdida, sem poder acreditar em nada. Eu pensava, o pensar cansava, cansava pois as conclusões não chegavam.
Decidi mudar de estratégia, decidi que não precisava mais entender o mundo, queria só a paz interior, aquela que eu não tive analisando o mundo e a sociedade, almejei de todas as formas essa paz constante.
Comecei a pensar só em mim, entender o que eu sou, o que eu faço, porque eu faço, o que eu preciso e o que eu quero.
Depois disso, comecei a entender o mundo.

domingo, 26 de junho de 2011

Semi clássico, um pouco do que eu precisava.

Toda preparação de uma artista prestes a entrar em cena, toda a maquiagem, todo o penteado, o nervosismo, a constância. Tudo o que se precisa fazer, pra dar o melhor show e agradar ao público de alguma forma, estava sendo feito. O nervosismo era tão grande que eu roia as unhas de uma forma desesperada, enquanto olhavam pra mim com olhares de censura, esperando uma atitude mais profissional. A maquiagem ficara perfeita, todos elogiaram o artista, não o chamo mais de maquiador, o artista que havia transformado meu rosto em obra de arte. Eu suava, suava com o nervosismo invadindo meu corpo, os batimentos do meu coração acelerados, eu suara tanto, que estava estragando parte do que um gênio havia demorado horas pra construir. Andava em círculos, com o cabelo cheio de laquê, cheio de brilho, em ondas quase perfeitas, porém, estava conseguindo estragar isto também, com o suor, que estava deixando meu cabelo oleoso e pegajoso.
Estava tudo pronto, eu estava semi acabada, porém, era semi pronta que eu deveria estar pensando que estava, estava nervosa, mas era minha vez, tinha que ir lá fora, tinha que encarar as pessoas que tinham ido ali para me ver, tinha que lhes dizer algo, fazer alguma coisa, eu precisava de coragem.
Entrei em cena, meus lábios tremiam, minha mão suava, meus olhos encaravam o chão, com muito esforço, olhei meu público, vi suas caras, uns com raiva, outros tristes, uns estavam rindo entre si, e alguns dormiam. Voltei meus olhos para o chão, entre lábios semi serrados, consigo dizer entre lágrimas brotando dos olhos um quase inaudível “desculpa”.
Sai correndo, como se o mundo estivesse desabando embaixo dos meus pés, eu não conseguia enxergar a noite na minha frente, as lágrimas tampavam tudo que aparecia, tropecei. Cai com o rosto no chão, um rosto que parecia estar derretendo, uma mistura de roxo com preto e uma sensação de tragédia estampada na minha feição. Consegui ralar meus joelhos e meus cotovelos, naquela hora, eu era a aberração do mundo, não era mais uma sensação, eu era a aberração, com o vestido caro em cor lilás, detalhes em forma de estrela, o que eu tinha agora era um vestido rasgado, sujo e molhado. Nessa hora eu já não usava mais sapatos, estava com a meia calça rasgada até metade da minha coxa.
Não sei explicar direito o que aconteceu depois disso, só sei que acabei em um boteco de beira de rodovia, bebia como se fosse a única coisa no mundo que eu poderia fazer, copos e mais copos de cachaça, foi-se a classe, foi-se a menina bonita no show. O meu show agora era no boteco, meu show era fazer aquelas pessoas bêbadas rirem de mim, porque era só isso que conseguiam fazer, quando eu tentava me levantar do banco em frente ao balcão do qual eu me encontrava. Meu amigo, que me servira todas as doses no bar, rira mais que todos, e eu imaginava que ele havia entendido todo meu drama, ouvi ele contando partes da minha história, como se fosse uma dose que ele servira pra alguém.
Resolvi sair dali também, nem no bar eu conseguira mudar o curso da noite, voltei para casa, tentando não cair novamente no caminho, querendo que minha pernas bambas ficassem firmes como nunca haviam ficado na vida.
Abri a porta de casa, devagar, para não acordar ninguém, esperando a paz e a tranqüilidade que aquele lugar me proporcionava. Vi pessoas acordadas e sai correndo para o banheiro, me joguei no Box, liguei o chuveiro e sentei  no chão, fiquei assim por horas, até ouvir uma batida na porta “tudo bem aí?”, “sim” menti descaradamente, tentando esconder a vergonha e humilhação.
Sai do banheiro, fui ao meu quarto,  cai na cama, olhei para as estrelas no teto do meu quarto, esperei que elas me aplaudissem, que elas achassem bonito o meu show de desespero e falta de confiança, isso não aconteceu, elas me olhavam com pena, esperando que eu chorasse novamente, que eu caísse ou que eu saísse correndo, novamente.
Fiquei deitada, ignorando as estrelas e tentando fazer com que o sono chegasse rápido.
Dormi, profundamente, tranquilamente, como não fazia a anos, meus sonhos foram agradáveis e eu tinha nesse mundo paralelo dos sonhos, tudo que eu não conseguira na noite anterior, calma, tranqüilidade, confiança e segurança.
Quando acordei, me sentia feliz, me sentia confiante, eu era a pessoa do sonho, me convenci disso, eu tinha representado meu papel perfeitamente na noite anterior, e fora aplaudida pela platéia de forma singular, tudo não passara de um sonho ruim, inverti a realidade e o sonho, estava tentando ao menos, quando uma batida na porta, corta tudo que eu estava me convencendo que era verdade, e a realidade, bateu ali, de forma grosseira e maldosa.
Abri a porta, eram flores, nelas estava preso um cartão lilás, da cor do vestido que eu usara na noite anterior, dizia “4 horas no parque”, não tinha assinatura, mas eu sabia de quem era, não tinha assunto mas eu sabia do que se tratava, depois de tudo que eu passei, era só daquilo que eu precisava.
Não precisei trocar a realidade por uma mentira, só aquelas flores, já recuperaram todo meu bom humor, toda minha felicidade voltou, meu rosto estava corado, eu não precisava daquele sucesso, tudo que eu queria, aquelas flores me trouxeram.

Pessoas de verdade.

Um modelo, um escudo, uma armadilha. Pra mim elas são todas de mentira, pequenas minas escondidas pra roubar algo seu, se possível sua vida. Conte-me de quando você foi enganado, jogado aos leões sem piedade, e tentou escapar escalando o cabelo de uma donzela. Ela também não era de verdade, você percebeu quando o cabelo dela caiu em suas mãos, ela não era careca, ela era bonita, ela era alguém, mas não alguém que pode te ajudar. Ninguém te ajuda, se não sabe o que precisa fazer, palavras não te salvam de leões, atitudes não te salvam de julgamentos, normalmente, a gente acha que sabe do que precisa, e preciso do inverso que achávamos a princípio.

Indefinidamente, eu sei, hoje eu sei, o que eu posso, o que eu não posso e no que eu posso estar me enganando ou sendo pretensiosa demais, pretensão? Quem sabe, a questão é continuar fazendo por si só, faça por você, ninguém precisa saber nada, é por você, continue a viver por você.
No fim, eu sei que eu sou feliz, eu sei quem são as minhas pessoas de verdade, hoje, quem compartilha as coisas que eu fiz por mim, quem eu quero no meu mundo. O meu show tem ingressos limitados, o limite nunca é alcançado, mas o show sempre continua, a cada ato, as pessoas mudam, e a peça vai adquirindo um caráter mais humano, cresce cada vez mais, o clímax é sempre alcançado.

Eu sei, hoje eu vejo como uma porta pra mil possibilidades diferentes, eu vejo cada conselho, cada palavra, cada gesto, um jeito diferente de eu ver o meu mundo, quero pra mim, todas as dores, todas as mágoas, quero poder ficar com todas as coisas ruins, um pouco de altruísmo, altruísmo direcionado, muito bem escolhido.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Invariavelmente

Em todas as noites em que eu fico esperando que nada aconteça, que eu fique tranquila no meu canto, que todas as luzes continuem da mesma cor e que todas as estrelas continuem no mesmo lugar, eu mudo. Algo acontece, estado de espírito me leva pra outra dimensão e agora, sou outra pessoa.
Me encontro num mundo diferente, com pessoas diferentes, que pensam diferente e querem coisas diferentes, gosto dos dois mundos, um me faz crescer devido ao conhecimento exalado, o outro devido a burrice.
O que eu levo dessa outra vida, dessas outras pessoas, desse modo diferente, é a confusão, em um momento, você aprende tudo, no outro o desespero, quem sou eu? Quem eu quero ser? Sou assim de verdade, ou eu sou aquele outro eu que eu não queria ser? Não sei.
Eu sou quem eu quero, eu quero o quem eu sou?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Com o tempo...

Muita coisa se perdeu.



Mas da pra entender, perfeitamente o que essa perda representa, certos casos evolução, outras vezes um acaso, um acidente, mas, olhar pra traz é sempre bom, ver o que aconteceu, coisas boas e ruins, tudo vale a pena.
Vale a pena, quando a vontade de viver é maior que a saudade.

Pra variar...

Em domingos, pra variar, a nostalgia bate forte, bate junto com aquele sentimento de término, aquele sentimento de domingo. O fim e o começo, parece que tudo caminha em ciclos, mesmo o domingo sendo o começo, mesmo o sábado sendo o final. A gente insiste em achar começos nos sábados, finais nos domingos.
Num canto qualquer da memória, numa página perdida de um livro, numa foto pendurada num mural, os começos e os finais ficam estampados de forma tão nítida, que é praticamente imperceptível.
Pra variar tudo que foi planejado é replanejado porque os planos iniciais nunca dão certo. É pra parar de planejar? Não existe vida sem planos, mas se os planos fogem do controle, criar novos planos que enganam os planos antigos e no final, quem ta se enganando?

Confusão