segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

03/15

Trancei meus desejos em uma fita de expectativas. Dancei nas ruas erradas, joguei pedras onde deveria entregar flores. Virei chuva, quando meus raios de sol eram suplicados pelos mais amados. Chorei rios de lama e lembranças, quando deveria sorrir pras novas sementes.
Tentei voltar, buscar a maré baixa, mas me deixei ser levada pela corrente.
É tão confuso, ver que de um ano pro outro, mudou todo o contexto, todo o certo e todo o errado, tudo caiu por terra. Mas um vazio perturbador continua me consumindo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Mais uma noite de insônia, acompanhada por um comprimido de 5-(2-clorofenil)-1,3-diidro-7-nitro-2H-1,4-benzodiazepina-2-ona. Mesmo tentando induzir o sono, estando razoavelmente mais tranquila em relação as situações perturbadoras vividas, o sono não me vem. Passa-se aquele dia, como me dizem que deveria ser vivido, de forma saudável (onde eu discordo em partes), espera-se uma reação fisiológica favorável. Começando a juntar os pontos, e olhar para os parâmetros que podem influenciar essa falta de efeito induzido que eu tento jogar sobre o meu corpo, percebo que de fato, um dia não é o necessário para recuperar algo que foi construído a base de queimaduras profundas pelo corpo e lacerações mal cicatrizadas. O engano bruto da felicidade de um dia, vem acompanhado da insônia predominante do seguinte, pois é necessário perceber, que alegrias não curam traumas, mesmo que seja induzida uma forma de fantasiar que sim, está mal resolvido.