segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Acreditei por algumas horas nas falsas possibilidades que me enchiam de esperança. De que eu preciso delas, senão pra me frustrar e sofrer ainda mais, quando elas se forem novamente? Quero verdades limpas, sem traços de omissão, aquelas que de tão lindas me tiram o ar e me elevam de toda essa enganação. Quero fechar os olhos e perceber que mesmo fazendo isso, ainda posso seguir em frente, sem ter de conferir se estou sozinha, sem precisar abrir os olhos a cada cinco segundos. Dormir tranquila, sem pesadelos reais que me assombram durante todo o dia.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

"O chão estava tão longe que quase não conseguia distingui-lo através das névoas cinzentas que turbilhonavam a sua volta, mas podia sentir que caía muito depressa, e sabia o que o esperava lá embaixo. Mesmo nos sonhos, não é possível cair para sempre. Sabia que acordaria um instante antes de atingir o solo. Sempre se acorda um instante antes de atingir o solo.
E se não acordar?, perguntou a voz.
O chão estava agora mais perto, ainda distante, a um milhar de milhas de distancia, mas mais perto do que estivera. Ali, na escuridão fazia frio. Não havia sol, nem estrelas, apenas o solo, que subia para esmagá-lo, e as névoas cinzentas, e a voz sussurrada. Desejou chorar.
Não chore. Voe."
pg 119.

Não enxergo sua razão, seus sorrisos nem seus lamentos, quero aquele amor que tive por algum tempo, uma forma de tornar real aquilo que ficou, escondido no relento, que me fez chorar aos quatro ventos. Quero saber seus motivos, encontrar uma razão pra esse sofrimento, que não me trás nada a não ser a amargura que tentei enterrar e me livrar sem muito a pensar. Preciso mais do que toda consideração sem ter alguma, pois a necessidade é inimiga da minha realidade. Tudo o que restou foram aquelas flores que cresceram onde eu coloquei o amor que eu tinha, que murcharam depois de um dia, mas sempre retornam a desabrochar e a chorar, como no primeiro dia.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Som alto, uma nuvem de calor inundando o lugar e a carteira de cigarro em filtros no cinzeiro. Aquele sentimento solitário de que as decisões foram mal tomadas e que o café esfriara rápido demais. Pelo chão as lembranças de ontem, as fotos de outrora, todas aquelas partes que juntas poderiam transformar-se em uma vida. Indaguei-me, sem entender perfeitamente o porque de toda aquela loucura, sem conseguir raciocinar de forma clara sobre a atmosfera de ontem e a de hoje, ficou quase como inseparável. Os sentimentos passados, com o ar pesado de hoje, quase como em um sonho em que os lugares são trocados, como se eles fossem reais.
O Sol brilhava lá fora, mas o frio me invadia, sem ser invasivo, era quase que adsorvido pela pele.Tentava justificar o injustificável com frases claras, porém sem sentido, aquilo só me confundira mais, e tomara mais do meu tempo do que eu imaginava.
Enfurecia-me aquela incerteza, tornava-me um ser incompleto e incompreendido, uma aberração sem fundamento, sem base. Eu precisaria voltar a ser observadora e catalogar o restante que me tem ao redor. Talvez juntar os cacos de lucidez que ainda me restam e transformá-los numa loucura possível, que me salvasse da monotonia irritante dessa falta de rotina.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dediquei-me tanto, aquela dedicação que quando se trata de dois, e só um tem, cansa, entristece. Quando isso acontece, quando não me sinto mais necessária na vida de alguém, é a hora de dar tempo ao tempo. O tempo não cura nada, mas faz as pessoas pensarem, caso assim for e eu continuar desnecessária, acontece, é a vida, triste e ingrata vida.
As palavras por vezes me escapam, elas ficam brincando comigo, se escondendo nas minhas ações. Palavras não se fazem necessárias em certas situações, é mais fácil não usá-las. Acredito que dizer algo ou agir de forma que dê a entender é a mesma coisa, e eu já entendi muita coisa.
Cansei de tentar reatar laços que não existem, de abraçar algo que não me pertence, de achar que a felicidade que em mim habita é pura.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Foi simplesmente um sonho mal rodado com uma péssima direção, senti que as lágrimas poderiam estar rolando em meus olhos, mesmo que dormindo. Um tanto quanto inusitado, acordei num susto, mas precisei somente de um abraço pra ficar mais tranquila.
O passado por vezes invade os sonhos, como se fosse possível voltar atrás de tudo que fizemos, como se fosse possível esquecer porque tudo que tenho hoje aconteceu dessa forma. Os sonhos enganam, por vezes, acho que é pra repensarmos tudo que fizemos, e ver se foi feito da maneira certa.
Não é possível que um sonho acabe com os defeitos que corrigimos com o tempo.