segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Barulhinhos baixos somados com a falta de sono, apreensão e aflição. A qualquer momento o barulho viria me atacar e eu, como de praxe, não teria ideia do que fazer, correr? Mas era pra eu estar dormindo.
Medo de que?

Pode parecer bom, mas quando eu começo a acordar as seis horas da manhã, todo dia, tem alguma coisa errada, levando principalmente em consideração que isso são cinco horas de sono.
Já não tenho mais muitos lugares dos quais consigo chamar de lar.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Eu só preciso de uns minutos pra ser aquela menina frágil que ninguém nunca me deixou ser. Preciso ter o direito, por favor, dez minutos, me deixa berrar como louca por não saber o que fazer, chorar desesperadamente, deixa eu brigar um pouco contigo, deixa eu sair do controle, só um pouquinho. Não consigo mais aguentar essa postura por muito tempo.
Olha pra mim! Por favor? Eu estou com uma vontade louca de chorar e botar pra fora tudo o que vem me deixando amargurada, ansiosa e triste. Mesmo que eu não tenha dito, mesmo que eu nunca diga, mesmo assim, eu ainda queria que você perguntasse. Mesmo que eu nunca responda nada, só quero saber que você se importa. Não quero te contar os motivos, não quero me abrir, quero você do meu lado, quero que você se importe, chore comigo sem saber o porque, me abrace sem que eu peça. Eu não te peço absurdos porque sei que nem isso vais fazer sempre, mas se fizer de vez em quando, eu agradeço.
Tarde sem começo, dia sem cronologia. Minhas frases não se encaixam mais, nada do que eu falo faz sentido. O que me vem a cabeça não é o que eu penso, o que eu falo, não quero dizer.
Tudo fica confuso, parece que eu não consigo nem me mexer direito, é tudo tão confuso, eu não consigo me expressar.
Eu preciso de uma base, mesmo que temporária, pra conseguir ter forças de terminar esse dia. Preciso uma mão, um abraço, um aperto, um sentimento, pra eu acordar melhor amanhã.
Pedir ajuda machuca. Sentir que preciso de ajuda machuca.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mais um dia tenta passar, mais uma madrugada de insonia, e novamente meus fantasmas não me deixam dormir, fazem a minha paranoia aflorar a ponto de eu não conseguir fechar os olhos direito.
De certa forma, não sei o que posso tentar passar adiante, não sei que parte de mim estou disposta a disponibilizar, não sei o que ser, quem ser, pra quem ser. Os não seis incansáveis, porque de certa forma eu fico tentando ocultar minhas partes boas, de novo não sei o porque, na verdade talvez ele nem seja importante. Só sei que prefiro ser pra mim, me vale mais. Prefiro tirar isso do mundo, não que precise me provar que mereça, quando eu perceber, já sou melhor, e estou sendo o meu melhor, porque vale a pena.
A mais valia, a gente faz tudo conscientemente, só não quer admitir certas vezes que era aquilo, imaginou diferente, não era pra ser assim. Não soube levar o que eu queria, porque nem mesmo eu sabia.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Finalmente percebi que não preciso lutar contra nada, não preciso ter nada, não quero, mesmo, não quero nada, além de ser e viver eu mesma, minha vida.
Encontro barreiras em tudo que me faz bem, vejo que não é fácil simplesmente ser, é complicado, mas essas barreiras trazem mais emoção, a emoção estimula, e aqui estamos nós, correndo atrás de outras coisas.
Toda essa bobagem de que felicidade é ter e não ser, nossos cérebros programados e atraídos por coisas caras e fúteis, é preciso desligar-se, esquecer essa besteira, fazer o que te faz feliz, não aquele papo de que sou melhor porque tenho mais, bobagens, um monte delas. E você continua acreditando que é melhor, tendo tudo que te obrigam a ter, e não sendo nada do que você realmente queria.
Defendendo idéias que não são suas e que você nem chegou a analisar de verdade. Malditos preguiçosos, além de não ter o que realmente querem, não tem nem opinião.
Por favor, faça um favor a si mesmo, não fale comigo, você não me acrescenta nada.
Perdi o foco novamente.
Demorei pra entender o que realmente tinha significado, e fui, novamente, perdendo o foco.
Busquei problemas, soluções, tentei criar tensão, de todas as formas, era só atenção que eu queria, e emoção o que eu tentava.
Peguei pesado de novo, não tem como parar.
Não tem outro caminho que eu possa simplesmente seguir e esquecer o que aconteceu?
Tem, mas eu não quero.
Dessa forma o sentido é um cúmplice.
É errado, é feio, é só o que tu queres ver.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Aquelas filosofias baratas de final de domingo, sempre são completamente contestadas na segunda feira. Aquele gosto amargo da derrota, aquela azul, que me fez mole.  Uma face de medo, de relutância que acaba com o meu interior, transformando o exterior em algo vacilante. Degradante sentimento de que não volta, que sempre precisa de distração, pra esquecer como tudo esta se perdendo. Métodos e métodos empregados na mesma causa, são apenas testes, piorando e amenizando o caos, criando um bloqueio pras coisas que fazem sentido realmente. Aquelas filosofias baratas num final de semana, empregadas pra sempre, pro resto da vida, esquecida na segunda, devido aos outros pensamentos que ocupam a mente. Voltadas no outro final de semana, e sempre se aprimorando.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sem avisar.

Virei aquela mesma esquina, como alguns anos atrás eu fazia. Tentei demonstrar confiança, mas essa, infelizmente perdi a pouco, junto com o ego e a força. Comecei jogando palavras, que nem pra mim faziam sentido, não precisava. A principio aquilo tratava-se de uma maneira desesperada de obter atenção, afinal sem confiança eu não era mais nada.
Tentei acalmar-me, várias vezes, tentei relaxar e voltar, deitei ali mesmo, nada mais fazia sentido. Perdi tudo, como num furacão, assim de repente, sem avisar, sem nada, sem mais nada.
Aquele corrente de ar quente, e um sorriso hipócrita, não adianta voltar, não tem como reviver o passado, os lugares não irão nos trazer aquele mesmo estado de espirito. O que eu sou agora?
Pensava que seria assim pra sempre, os diálogos forçados, eu tentando de maneira desesperada expressar algo numa face sem sentimentos. Queria que mudasse, até morta, sei que me expresso melhor, as mãozinhas cruzadas, como se pedindo pra me tirarem dali. Me via mais morta que viva.
Me sinto mais morta que viva.
Mas o que eu sou agora?

domingo, 27 de novembro de 2011

Sempre a mesma merda.
Sempre o mesmo erro e os mesmos problemas.
O mesmo surto, as mesmas paranoias.
Sempre repetindo tudo isso e não aprendendo a mudar.
Sempre tentando e não sendo esperta.
Sempre a mesma merda.
Sempre com aquele sorriso falso de quem gosta.
Sempre com essa porra toda, ficando bem de novo, e cometendo os mesmos erros.
Sempre a mesma merda.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

De tanto calar-me e esperar que o necessário fosse dito, tomei um ar e fui ver as andorinhas cantando. Elas eram boas, vagavam por ai, como se o hoje fosse infinito, uma extensão do amanhã e do sempre.
As vezes, suas cores faziam com que o entendimento da vida fosse mais simples, numa complexidade que fazia com que tomássemos ares pra desvendar o que tem do outro lado daquela ponte.
Lá onde a luz tornava tudo ao seu redor formas com cores roxas, via-se periodicamente a saída, um lugar onde ninguém pretendia ir. Mas, acabara indo, para parar de fugir da vida, mas voltar a contemplá-la.
A tranquilidade se trancou na garagem. Não tenho a chave.
O desespero parece estar querendo tomar seu lugar, o desespero almeja companhia, ele não é nada sozinho.
Nenhum deles vem sozinho.
Manterei-me longe destes devaneios, sentimentos são roubados, não tem vida própria.

Não tem.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

“Parece fácil agora. A cozinha inundada, a madeira podre, a briga que lhe deixa com raiva. Ajudaria se soubéssemos o que estava por vir? Saberíamos que estes seriam os melhores momentos da vida?”

"Você vai acordar um dia e notar que não é mais a pessoa durona, corajosa, espontânea, ousada, louca e divertida que pensou que fosse."

"Passa todos os dias cercada por pessoas em crises imensas. Você perde a habilidade de julgar o que é normal."

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Abrindo uma caixinha de sentimentos e deixando-os aflorar como cada um melhor desejar.
Do que se trata? As ondas e fluxo de energia do mundo me traz uma perspectiva anormal sobre o que é sentir. Esqueci como faz, por um longo período de tempo, desejava por horas, dias, quem sabe mais, algo que pudesse despertar aquilo me mim de novo.
Do que se trata? Desde quando questiono minhas atitudes? mais vale eu aceitá-las por já estarem feitas e buscar uma saída viável a qualquer tipo de desilusão ambiciosa que possa estar se formando em algum canto do meu ser.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cansada, tudo é relativamente entediante quando a cabeça se recusa a ajudar, quando o cansaço chega ao nível de tomar nossas decisões.

sábado, 8 de outubro de 2011

Procurando aquela porta
Abrir ela de volta
Fazer só o que me importa
Ver tudo brilhando
Entender o mundo brincando
Cantar dançando
Sorrir Sinceramente
Aplaudir o mundo pra sempre.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Limitações

Como todo começo de bom filme uma cena que nos leva a refletir sobre algo que fazemos constantemente na nossa vida, ou que nunca fizemos e nos cabe julgar da mesma forma.
Na maior parte dos momentos, pra nos chocar de alguma forma, o diretor nos coloca em uma situação que, bom, nem todos teríamos coragem de fazer igual, mas com certeza, vendo a cena pensaríamos na possibilidade.
Na verdade, eu queria falar sobre essas coisas mesmo, mais especificamente sobre as coisas que pensamos em fazer, e acabamos por não fazer. E aquilo fica na cabeça, por horas, dias, semanas, por que não fiz? POR QUÊ? POR QUÊ?
Falta organizar a mente, talvez definir bem o que é pra ser feito, ter ideia do que você realmente quer. No fim é isso que atrapalha, a gente acha que quer, se machuca, e no fim, não era bem isso.

Falta de organização, vamos arrumar isso daí!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

De tanto pensar, tanto refletir, acabo hoje me definindo como um ponto no universo. Um ponto solitário em um ilha. Rodeada de mentira e enganação, sou um ponto colorido. Minhas cores expressam minhas emoções, e elas mudam a cada segundo. Não quero controlar, não quero me limitar, nem ficar cinza como os outros pontos existentes. Sou um ponto pesado, que pega pesado, não sabe brincar, não sabe ser pela metade. Aquele ponto que busca o equilíbrio, a leveza.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Vinho barato

Não mais do que cinco palavras expressariam meus sentimentos agora, isso é bom. Eu sei o quanto posso ser melhor do que vinha sendo, minha mania de pensar sempre nas piores partes de tudo, nossa, isso tem acabado comigo. Transformando o ruim em horrível e comida mal temperada em intragável, esses meus apelos, dramas maiores.
No começo parece que o mundo acabou, parece que o céu fechou e que nunca mais abrirá. De certa forma, isso acontece, e se repetirá muitas e muitas vezes, nunca está cem porcento. Não é como eu esperava, nem como eu queria, mas vendo de uma forma ampla e geral, esta tudo bem, ficará tudo bem, meus dramas vão diminuir com o tempo. O desespero bate quando a gente não sabe direito do que a situação se trata, e sinceramente? A gente nunca sabe, quando não depende só de nós.
Ver a situação da perspectiva presente, sempre faz uma mudança grande na nossa cabeça, faz a gente comer a comida intragável e conviver com o horrível, comprar a embriaguez e não a bebida, viver aquele porre, e não a diversão.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Quando eu reflito de novo, percebo que sempre soube que esse dia chegaria, é nítido que eu sabia, depois de errar tanto, depois de querer mais do que poderia ter. Sempre soube que o hoje chegaria, mas fico intrigada querendo saber se amanhã chegará, amanhã não deveria vir, eu não tenho vontade, ânimo, paciência pra amanhã, amanhã poderia morrer.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lá fora o céu berra, os raios riscam o céu e a chuva pede pra cair. Aqui dentro já esta tudo riscado, tudo que aqui se encontra grita e pede pra parar. Aqui tem uma luta interna, aquela que você fica pensando em que lado você quer que ganhe. Você sabe, você não diz e a luta é grande, quase eterna, até você tomar alguma atitude. A chuva começa a cair, assim como os pilares que sustentam a minhas atitudes, que sustentam parte fundamental da minha vida. Mais rápido e mais devagar, minha luta tem suas tréguas, suas calmarias, assim como seus momentos de batalha intensa. Só quero uma paz duradoura.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vontade de chutar todo mundo quando você está mal e começam os mesmos discursos de que tudo vai ficar bem. Parece que ninguém acredita que aquilo realmente está acontecendo, que transforma seus problemas em banalidade.
Não precisa passar uma semana, de toda a grande depressão, de todo o grande desastre psicológico sofrido, as coisas realmente melhoram. Tudo da certo, só precisa de foco. Não vais conseguir emprego se não fores atrás, não vais conseguir nada, nem bom dia de um amigo, nem um abraço, se não fores atrás. No fim a gente quer mesmo são as consequências e quando da tudo certo, você vai ver meu sorriso por um longo período de tempo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Calma lucidez, que me traz sua paz em raros momentos quietos e chuvosos. Lucidez que por vezes eu achei que nunca mais encontraria, tamanha loucura da vida me cega a ponto de achar que pra sempre te perdia. A tranquilidade ecoando em pequenos sinais brilhantes na minha noite escura, trouxe por momentos aquela que tinha perdido a meses. Sensação que passa, que aos poucos se transforma em uma correnteza de novas psicoses. Novos medos, angustias, novas preocupações, que traz a loucura de novo, e espanta, por um bom tempo, senão pra sempre. Um canto, um pedaço de mim quer de volta, lucidez, e só lucidez.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Por dez segundos eu me perdi, profundamente perdida em pensamentos, eram sobre todo tipo de situação, tratava-se da minha vida, vista de um ponto de vista específico, o que me fez parar, e lembrar que eu sou uma idiota.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A inconstância, e a vontade de morrer a cada segundo que passa, cada palavra que sai e cada uma que eu ouço, é como se fosse um soco no estômago acompanhado de uma dose de loucura. Uma faca na aorta e um beijo na bochecha, como se fosse fácil aguentar toda essa falta de exatidão. A poeira não baixa, as cortinas não fecham, as lágrimas não secam.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Juntar as palavras e botar cada uma no seu devido lugar. Como se falar fosse difícil, como se as palavras fugissem, e eu só lembrasse das coisas e não dos seus nomes. Fico olhando e pensando e esqueço de falar, como se eu nunca mais fosse conseguir me comunicar. Fiquei imaginando uma vida solitária, sem contato com ninguém, ou qualquer tipo de contato que fosse existir fosse mal sucedido, porque eu não saberia como falar com as pessoas. Foi estranho, mas pensei que não seria tão ruim, a maior parte dos nossos contatos com as pessoas são tão insignificantes, que as vezes a gente até preferia não tê-los.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O abandono

Mais fácil fugir do que encarar os problemas, a gente sabe, sempre soube, tentamos abandonar os problemas. Só esquece que são problemas, eles não fogem da gente, a gente foge deles, e quanto mais a gente adia uma solução, mais eles nos perseguem.
Ficamos tentando achar a saída mais próxima e acabamos gerando outros problemas, a nossa fuga custa caro, mesmo que a princípio ela pareça bem sucedida, a melhor alternativa. Pensar as vezes parece um martírio, mas é mais necessário do que resolver os problemas, as vezes só pensando que a gente descobre que talvez nosso maior medo não seja o problema e sim a solução, ou que o problema não se trata necessariamente de um problema. Seria mais fácil, com certeza, se a gente sempre enxergasse as alternativas, mas normalmente nos encontramos tão cegos, com a falta do pensar sobre o assunto que não percebe que temos bem mais possibilidade.
Ficaria tudo mais tranquilo, mais simples se a gente simplesmente admitisse que tudo isso existe e que somos fracos, que temos medo das conseqüências, analisar parece difícil quando a cegueira e a surdez fazem seu papel bem sucedido.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Possível

Decisões são difíceis, a gente imagina o certo, pensa numa solução pra chegar nele, briga com a consciência, chora, grita, ama, se perde, e esquece o que é correto pra nós mesmos. Um dia o certo é de uma forma, no outro o certo é o errado de ontem, e no fim a gente só quer ser feliz, e faz de tudo pra isso.
Pensa tanto que age sem pensar, na hora é só impulso, sempre é. Fica parada olhando tudo acontecer, esquece o que tinha que fazer, fica num canto pedindo ajuda, sem falar, só olhando, com olhos que imploram atenção, olhos de nervosia, de cansaço, aqueles que só quem conhece sabe.
Chega aquele momento que a impulsão é tanta que mesmo sóbria parece que a embriaguez tomou conta do corpo e da alma. Ou o momento que a depressão é tamanha que mesmo fazendo de tudo pra se levantar, os ossos não respondem, os músculos se retraem.
Fica nisso, por meses, por anos, e depois de tanto tempo nós não conseguimos nos habituar ainda ao tipo comportamento e de vida que convivemos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Não sei traduzir o que se passa na minha cabeça, não estou conseguindo transpor para a vida, nem levar pra minha história como algo bom. Não sei contar relatos, não sei dizer o que está acontecendo, é difícil entender o que eu quero de mim, o que esperar da minha mente. Está tudo escuro e o mundo é hostil, me sinto um marginal, ou quem sabe um lobo, rondando as ovelhas no rebanho, esperando quem atacar, auto defesa, instinto de sobrevivência.
Parece simples livrar-se de toda a amargura quando pensamos fora do contexto, parece fácil inventar desculpas pra fugir dele, mas a gente sempre sabe no final, que a solução não é aquela que a gente inventou, porque ela não se trata especificamente do que queremos resolver.
Resolver é sempre a parte mais difícil, mesmo com a solução, a prática é impossível.

merda.

O dia passou, eram sete horas da manhã, o dia mal começava, mas isso não mudava o fato de que ele desaparecera pra mim. Estava tudo claro, mas a claridade me cegava, me cegava ao ponto de eu pensar que não veria mais nada nunca. O desespero tomava conta de cada segundo até o fim do dia, não tinha como viver.
Ainda não sei se vou recuperar minha visão completamente, mas isso é secundário. Pensava o tempo todo, o tempo que eu tinha, eu não tinha tempo. Fora de controle, meu corpo não respondia aos meus apelos de viver, minha alma não queria mais nada, eu só queria dormir. E eu dormi, e vou continuar dormindo até a raiva, a insensatez e as mágoas passarem.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Certos momentos parece que o mundo conspira pra tudo que você está pensando aconteça de forma inversa.
Não estava conseguindo me alimentar, parece que meu corpo não precisava de comida, precisava de alguma outra coisa, parece que minha garganta criara um bloqueio contra eu mesma. Vontade de nada, sai e volta como saiu, como se nada tivesse acontecido nem acontecendo. Tempos difíceis, tempos pra esquecer. A cabeça lateja como se nunca fosse parar, a vontade de bater ela na parede é maior do que a de levantar da cama.
Enquanto eu penso que a solução é ficar quieta num canto, me falam pra sair, tomar uma cervejas e tentar esquecer os problemas. as vezes vou por mim, outras vezes vou na ideia dos outros, de qualquer forma, nenhuma das duas é a solução, nenhum resolve problemas, as vezes nem a minha cabeça.
Quem sabe fugir, mas eu vejo todo mundo fazer isso sem conclusão e sem retorno, sem nenhuma esperança ou crença que algo mude. Seria mais fácil imitar os outros e não precisar pensar, como a gente faz o tempo todo, mas o tempo todo, todo mundo toma a decisão errada, então eu prefiro perder o meu tempo pensando, e quem sabe tomar a decisão errada, a minha decisão errada.
Então eu canso, eu me esforço, eu não faço nada, e tudo isso me faz pensar que tudo o que eu fiz e não fiz está certo, porque foi eu, mesmo que eu continue assim pra sempre, a depressão virou minha amiga.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Disfarcei com as duas mãos na cintura que estava tudo bem, sorri, sentei na cadeira mais próxima e tomei um grande gole de whiskey. Mais um, mais um, até não lembrar mais quantos foram.

A embriaguez veio, passou, e a ressaca.

Minha cabeça doía como se meu cérebro quisesse expandir, e as lembranças. Meu corpo pedia água como se mais um segundo sem ela fosse o fim do mundo, e mais lembranças.

No fim, toda aquela cena de pessoa embriagada, toda aquela fuga, tudo o que aquilo quis dizer é que eu sou fraca, e tentei ignorar os problemas, de novo.

A gente continua fugindo, e vai fugir muito mais tempo, enquanto houver tempo, enquanto a gente souber pra qual lado sair, pra qual droga recorrer.
Fiquei sem palavras, sem saber o que esperar. E ainda  não sei se foi bom ou ruim.

domingo, 24 de julho de 2011

Tranquilamente

No começo era tudo mais profundo e mais intenso, como se a inspiração fluísse de um lugar que você só chega quando está cego com a novidade. O lugar é tão confortável, cheguei e fui sentando, abri uma latinha de cerveja, acendi um cigarro e aproveitei o momento, ah, eu olhava admirada, fiquei horas e horas olhando, mesmo quando a cerveja acabou, mesmo quando o maço de cigarros já se esgotara. Lá estava eu, sentindo.
Pra que ser melhor? Isso que eu busco, isso que eu vou buscar pra vida inteira, sentimentos, e eu estava lá, sentindo, e era um sentimento bom, um sentimento lindo, que eu queria que ficasse comigo pra sempre.
Voltei lá nos dias subsequentes, cada dia eu me sentia melhor, cada dia ficava mais inspirada, pulava mais alto, corria mais rápido... Consegui me sentir viva, inteira, feliz.
Voltava lá, como se o lugar fosse a solução dos problemas, como se tudo fosse perfeito pra sempre, toda vez eu olhava mais e quanto mais eu olhava, mais defeitos eu achava, mais rachaduras eu encontrava, mas o lugar ficava cinza, tudo não passara de um sonho, ou uma fase, ainda não sei o que é real.
Decidi guardar a lembrança das primeiras vezes, deixar a parte ruim pra trás. 
Quero um novo lugar, a gente sempre quer, quero aprender a viver sem esgotar o que pode ser lindo pra sempre.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Forçando

Por vezes, muitas, diga-se de passagem, só a vontade de mudar já abre nossos olhos, faz aquela nuvem de desilusão mudar-se em um diamante de confiança. A vontade só não é necessária, mas ela, por si só, é tão potente que faz com que continuemos andando, mesmo com os membros doendo, mesmo com preguiça, mesmo sangrando. A vontade seca lágrimas e transforma vidas.
Aquela vontadezinha, bem pequena, a gente ainda quer, ter vontade é sentir-se vivo e conseguir imaginar um futuro melhor. O mínimo de vontade, diversas vezes nós nem temos, e por não ter, não conseguimos criar. A partir do momento em que a gente consegue criar vontades, controla-las, sonhos são mais reais, metas são mais simples, o mundo fica mais colorido e a depressão foi embora.
Buscando sempre a mesma coisa, encontrando sempre a mesma frustração. Penso por vezes que deveria desistir, e já o fiz tantas vezes, a verdade é que eu preciso tanto desse apoio que eu não tenho, que eu busco tanto, eu me decepciono cada vez menos. Em tempo, acredito que no fim, não será eu que vai sair perdendo, isso me machuca tanto, que chega a fortalecer.
Pode ser, como todos dizem, que tudo isso é pro meu bem, claro que é, quanto mais cedo você sabe como é a dor da perda, da morte, mais cedo você cresce e aprende a conviver com isso.
Eu nunca pedi muito, eu nunca exigi demais, eu só queria aquilo que eu vejo em quase todas as pessoas ao meu redor, eu queria não precisar passar por isso agora, queria que fosse mais fácil pra mim, queria ser ouvida, queria tanta coisa.
Chega de medo.
Mentira dizer que eu não quero mais nada.
Queria ser ouvida, queria apoio, queria base, hoje, eu desisti.

this is not the first time...

Mais uma semana, desvio padrão de dois dias.
Ouvindo a mesma música.
Não sei o que acontece nessa terra, que é sempre a mesma música, é só aqui, é só ela, ela e eu, o dia inteiro.
Hoje já foi umas doze vezes, quantas mais ainda?
Quantas vezes até acabar esses dias?

Ali, por ali e por nada.

Andava como uma assombração naquela rua, com minha pose encurvada, meus olhos negros e minha expressão perdida. Alguma coisa eu tinha, eu sabia, minha aparência doentia chamava atenção, minha feição assustava, minhas roupas sujas faziam com que a maioria dos passantes desviasse os olhares. Sentei, em um canto da rua sem iluminação, com minha latinha de cerveja barata na mão, quente e pela metade, meus dois reais amassados como um dinheiro de bêbado, apesar da embriaguez não fazer parte do meu repertório naquele dia, mesmo com a latinha de cerveja, a única que eu tentei consumir aquele dia. Era quase tudo que eu tinha, era quase tudo o que eu precisava, era quase o que eu queria. Eu queria um olhar que não fosse de censura, queria a curiosidade de alguém, sem os esteriótipos, quando ela simplesmente olha e sente que a gente pode se entender, se completar de alguma forma. Isso não aconteceu, não vai acontecer, e eu vou continuar olhando pra cima, procurando um abrigo, depois pro chão, procurando alguma coisa que valha a pena, algo que alguém tenha perdido. Enquanto eu andava, naquela situação, após duas horas sentada no canto, comecei sem conhecimento a cantar,  sem preocupações e sem afinação. Chamei atenção de algumas pessoas, das quais a reação continuava a mesma, então parei. Me distrai, com a forma  hostil do ser humano e achei pedaços de sonhos perdidos no chão, em forma de moedas, papéis amassados e bitucas de cigarro, eu vi essas coisas consideradas quase sem valor como o começo do sonho de alguém, ou talvez o final dele. Guardei tudo num bolso, e fui guardando outras coisas que eu achava, folhas secas, garrafas vazias e latinhas massadas. Cheguei por fim, na praia, na beira da praia eu sentei, olhei pra todo aquele material coletado, aquele lixo, como chamam, vi da onde cada coisa vinha, eu vi o maço de cigarro sendo comprado junto com a latinha de cerveja, vi as moedas de troco e a nota fiscal, vi a árvore dando belas folhas e vi elas caindo quando já não tinham mais energia pra viver, assim como vi cada folha dessa ser pisada na rua depois. Eu vi tanta coisa, em tão pouca coisa. Cavei um buraco na areia da praia esperando enterrar todas as recordações de várias pessoas, quando vi que aquilo deveria ir pra uma lata de lixo, assim o fiz. E sai feliz, sai cantando, sai correndo pro mar, sai porque eu vi do que eu preciso, e eu não preciso da atenção nem da hostilidade, eu preciso de um banho de mar, o começo de um novo sonho e uma nova recordação.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dois dias, e a angustia de um mes inteiro. Fantasmas sobrevoando e nada a se fazer, resta que eles cansem de mim.
Dificuldade em expressar o necessário, uma barreira de medos e recordações bloqueando minha visão, impossibilitando que eu me expresse, que eu enxergue a realidade, que eu reaja no presente.
Dias sombrios, de frio, de medo. Medo de que ser eu não seja o necessário, de que ser eu não seja o certo.
Certo, pra mim pra você, pro mundo, relativo...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

As vezes eu deveria levar em consideração quando me falam "não te estraga tanto".

sexta-feira, 15 de julho de 2011

De novo, esse mesmo horário, essa mesma agonia, a mesma vontade de bater minha cabeça na parede pra ver se o sono chega. De novo, as mesmas músicas, as mesmas pessoas, os mesmos sites, os mesmo pensamentos, os mesmo e-mails, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos, as mesmas dores, mesmas vontades, mesmas inspirações.

Tudo igual!
Aquela música ta tocando. Aquela que me deixa completamente desnorteada, que faz meu coração ficar frágil e minha mente viajar em todos os acontecimentos dos últimos anos. Uma amizade perdida, um amor não vivido, um trabalho inacabado... Qualquer coisa que faz você olhar pro que passou pensando que poderia ter sido diferente, você poderia ter ligado depois daquela briguinha besta, podia ter dado aquele abraço depois daquelas lágrimas espontâneas, poderia ter trazido pra casa aquela lucidez necessária, deveria ter chorado quando teve vontade, deveria ter ficado ali e ouvido tudo até o final em vez de correr pra casa desesperada.
A palavra não é arrependimento, é aprendizado, aquele que só acontece quando você perde algo, faz você chorar como uma criança quando os pais não sabem se ela quer comer ou quer um bico. Aquela tristeza que a gente carrega pro resto da vida, como uma lembrança de um tempo difícil, que depois de uns tempos faz um bem absurdo porque agora, você sabe que tem que ficar lá e dar aquele abraço, você tem que ouvir até o final, tem que ouvir todas as partes, e sim, tem que chorar quando a vontade é tão grande que não deixa você conseguir falar.
Aquela música, aquela emoção, aquelas lágrimas brotando sem motivo aparente, aquela lembrança, aquele momento único.
Socorro, alguém me salva de mim mesma?

Diz pra garota cheia de sonhos que o mundo não é perfeito, que as pessoas não são conscientes, que não existe luta sem sofrimento e que a gente sempre sai machucada.
Fala pra ela parar de acreditar nas pessoas, diz pra ela que a natureza é hostil e que o universo não é amigável.

Diz pra mim.
Faria o que se perdesse aquele sorriso pra sempre?
Inexistiria por quanto tempo?
Maldade.

Incansável, intratável, tem tudo e não quer mais nada?
Fala sério!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Mas apesar de tudo, sei que sou broder e ainda lamento"

Pra acalmar a imprecisão e começar a descontração.
Pra cantar pra você e pro mundo que eu sou mais do que tu imaginas, muito mais do que tu verás.

E assim termina mais um dia, começando outro.
Finalmente.

Raiva.

Tava andando, andando pra frente, pra trás, pros lados, me escondendo em cantos. Lá estava eu, eu perdida, eu cansada, eu sem saber direito quem era eu, mesmo sem saber, era eu. Eu tava tentando uma forma de me garantir, que eu seria eu como eu queria, que eu me veria de uma forma que eu queria ser. Eu não sei o que sou, mas sei o que eu faço, o certo o errado, o meio termo.
O cretinismo, essa sou eu, uma cretina, tem orgulho disso? Não é bem assim, mas vergonha? Não, a vergonha é alheia a tudo isso, quando ela vê o que eu to sendo, eu já estrangulei ela, de várias formas.
Enganação, medo, covardia, convivência, consigo superar tudo isso.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Deveras cansada.

Cada momento novo e semi-lúcido faz minhas palavras beirarem a loucura. Psicótica, e irreversivelmente embriagada me encontro num momento impróprio para decisões, palavras sérias, auto-ajuda. Intensidade tem sido meu forte, nada de exageros, mas fazer da forma certa, o mais proveitosa o possível, quem sabe ajuda? Quando se pensa demais, faz-se de menos, arrependimento beira conformismo, não é pra mim. Quero toda aquela loucura de tempos atrás, junto com a cabeça de hoje e o coração de uma pedra, seria mais fácil. O cansaço, a preguiça, o medo, de inimigos, chegam a se tornar grandes aliados, é só saber aproveitar, medo de que? preguiça por que? cansada de fazer o que? Vai saber, a gente só fala, continua falando, nem pensa mais no sentido. Parece bom.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Não é sério.

"Sou paciente pra caralho, a minha volta demora, mas eu vou ser um filho da puta que igual tu nunca viu, pois cobra na mesma caixa, manda pra puta que pariu."




Segunda-feira, eu penso em fazer mil coisas, comecei, mas parece que sempre começa tarde... 
Me diz, como o final de semana consegue passar tão rápido?

domingo, 10 de julho de 2011

Sensação de que a pior parte do ano já passou, com ela, ficam as lembranças mais bizarras que alguém conseguiria ter em relação a um lugar, lembranças etílicas, lembranças piores ou melhores do que isso. Impossível imaginar minha vida sem essa parte, meu crescimento sem todo esse aprendizado, um tapinha nas costas, um sorriso amarelo meio de lado, um olhar nas costas desejando coisas horríveis, um aperto de mão, aquele fraco, que não passa confiança, que se não existisse minha vida poderia ter sido melhor.
A cada passo que a gente dá, seja pra frente ou pra trás, fica o pensamento "bom ou ruim?", não é isso que eu quero, só preciso reconhecer, que por mais difícil que tenha sido e que com certeza vai vir a ser, é preciso valer a pena, o importante, é não se arrepender.

Desde quando?

Eu vi uma toalha molhada no banheiro. A toalha me chamou atenção, ela não era de nenhuma das pessoas que morava comigo, ela simplesmente estava ali pra despertar a minha curiosidade. Senti um medo, um grande medo invadindo meus pulmões e sufocando minha alma, um medo incomum, era só uma toalha. Tentava pensar em algo que não estivesse relacionado aquela toalha. Maldita toalha, me deixe dormir, quero viver, sai daqui, por que você veio? Agora me diz, o que em mim, me incomodava tanto, pra eu ligar pra algo assim?

sábado, 2 de julho de 2011

Meu mundo sem mim.

Horas e horas sentada, esperando com todas aquelas palavras bonitas engasgadas no fundo da alma, eu esperava sem aflição, sem dúvida, sem desespero, eu esperava feliz, eu estava feliz, eu precisava daquilo. Eu ensaiei, milhares de vezes tudo que eu poderia e queria dizer, mentalmente, na frente do espelho, com os olhos fechados esperando o sono, tudo o que eu fazia era pensando naquele momento, aquele momento que poderia mudar nossas vidas, aquele momento que eu santifiquei, que eu queria mais que qualquer coisa na vida.
Aquele momento, o que nunca aconteceu, que eu precisei de força pra não chorar quando eu percebi que não tinha mais a oportunidade de concretizá-lo, aquele momento que fez tudo que eu tinha conquistado, tudo que eu presava, parecesse fútil, inútil, uma grande besteira.
Eu precisei de forças, eu preciso delas ainda, para tentar manter uma sobriedade forçada e um humor semi-constante.
As forças que eu precisei, as forças que eu busco todos os dias, todas as horas que eu sinto falta delas, eu lembro de onde eu as consegui quando o mundo desabou, eu lembro que só preciso de mim, e dessa vez, sem fugir, sem errar, afinal, aquele momento não existiu, aquele momento mágico preso na minha imaginação, aquele que eu mais queria, não existiu, uma desistencia, aquela que você lembra todos os dias da sua vida, aquela que mesmo com todas as forças do mundo, você não consegue superar.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Sem sentido.

Entender, um pouco sobre o nada, um pouco de loucura, uma pequena faixa de embriagues e cada membro do meu corpo pede socorro. Nada é fácil, tudo é um conjunto de nadas que formam um grande emaranhado de coisas sem sentido.
Seria mais fácil, se o complicado fosse simples e o simples fosse fácil, mas o fácil é complicado, e o simples é complexo.
Aonde leva essa loucura toda que a gente sente e comenta sem nem entender o que está falando sendo que o mais fácil era simplesmente ficar quieto?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aquele sorriso.

Um sorriso bonito, inconstante, felicidade semi-forçada.
O que me atraiu naquilo, foi a vontade de sorrir, podia lhe faltar os motivos, podia realmente não precisar daquilo, mas estava lhe fazendo bem.
Era fácil pra gente esquecer tudo e viver com aquela realidade, a nossa realidade, era diferente do resto, diferente de tudo que eu conhecia. Pensar naquele sorriso, hoje pra mim salva momentos de crise e fazem com que o mundo de verdade já não exista mais.
É possível hoje, sorrir por nada, só com as lembranças, considero que quem não as tem deva se sentir incompleto, impossível conversar sem esse pensamento, os diálogos parecem infundados, os monólogos impossíveis.
Daria quase tudo por uma lembrança a mais, daquelas covinhas sorrindo pra mim, meio sem jeito, quase desajeitadas, querendo o mesmo de mim. Não existia o não retribuir, assim como não existiam motivos pra não sorrir. Só existiam dois sorrisos, em completa sintonia, aquilo era tão perfeito que parecia uma obrigação nossa para com o universo, aquelas que, caso não existisse, metade de tudo não faria sentido.

Meu mundo de mim.

Andava pelo mundo sem entende-lo, algo mutuo entre mim e o mundo, entre mim e a sociedade, entre mim e a minha natureza. Queria entender tudo de uma vez só, queria que a compreensão de repente existisse, queria que fosse mais fácil do que nunca será nem nunca foi.
Corri, corri atrás do conhecimento, mas o conhecimento era controverso, o mundo é uma grande contradição, aprendia, e logo depois desaprendia, pois achava que estava aprendendo errado, os valores e tudo o mais, um era contra o outro.
Me encontrava perdida, sem poder acreditar em nada. Eu pensava, o pensar cansava, cansava pois as conclusões não chegavam.
Decidi mudar de estratégia, decidi que não precisava mais entender o mundo, queria só a paz interior, aquela que eu não tive analisando o mundo e a sociedade, almejei de todas as formas essa paz constante.
Comecei a pensar só em mim, entender o que eu sou, o que eu faço, porque eu faço, o que eu preciso e o que eu quero.
Depois disso, comecei a entender o mundo.

domingo, 26 de junho de 2011

Semi clássico, um pouco do que eu precisava.

Toda preparação de uma artista prestes a entrar em cena, toda a maquiagem, todo o penteado, o nervosismo, a constância. Tudo o que se precisa fazer, pra dar o melhor show e agradar ao público de alguma forma, estava sendo feito. O nervosismo era tão grande que eu roia as unhas de uma forma desesperada, enquanto olhavam pra mim com olhares de censura, esperando uma atitude mais profissional. A maquiagem ficara perfeita, todos elogiaram o artista, não o chamo mais de maquiador, o artista que havia transformado meu rosto em obra de arte. Eu suava, suava com o nervosismo invadindo meu corpo, os batimentos do meu coração acelerados, eu suara tanto, que estava estragando parte do que um gênio havia demorado horas pra construir. Andava em círculos, com o cabelo cheio de laquê, cheio de brilho, em ondas quase perfeitas, porém, estava conseguindo estragar isto também, com o suor, que estava deixando meu cabelo oleoso e pegajoso.
Estava tudo pronto, eu estava semi acabada, porém, era semi pronta que eu deveria estar pensando que estava, estava nervosa, mas era minha vez, tinha que ir lá fora, tinha que encarar as pessoas que tinham ido ali para me ver, tinha que lhes dizer algo, fazer alguma coisa, eu precisava de coragem.
Entrei em cena, meus lábios tremiam, minha mão suava, meus olhos encaravam o chão, com muito esforço, olhei meu público, vi suas caras, uns com raiva, outros tristes, uns estavam rindo entre si, e alguns dormiam. Voltei meus olhos para o chão, entre lábios semi serrados, consigo dizer entre lágrimas brotando dos olhos um quase inaudível “desculpa”.
Sai correndo, como se o mundo estivesse desabando embaixo dos meus pés, eu não conseguia enxergar a noite na minha frente, as lágrimas tampavam tudo que aparecia, tropecei. Cai com o rosto no chão, um rosto que parecia estar derretendo, uma mistura de roxo com preto e uma sensação de tragédia estampada na minha feição. Consegui ralar meus joelhos e meus cotovelos, naquela hora, eu era a aberração do mundo, não era mais uma sensação, eu era a aberração, com o vestido caro em cor lilás, detalhes em forma de estrela, o que eu tinha agora era um vestido rasgado, sujo e molhado. Nessa hora eu já não usava mais sapatos, estava com a meia calça rasgada até metade da minha coxa.
Não sei explicar direito o que aconteceu depois disso, só sei que acabei em um boteco de beira de rodovia, bebia como se fosse a única coisa no mundo que eu poderia fazer, copos e mais copos de cachaça, foi-se a classe, foi-se a menina bonita no show. O meu show agora era no boteco, meu show era fazer aquelas pessoas bêbadas rirem de mim, porque era só isso que conseguiam fazer, quando eu tentava me levantar do banco em frente ao balcão do qual eu me encontrava. Meu amigo, que me servira todas as doses no bar, rira mais que todos, e eu imaginava que ele havia entendido todo meu drama, ouvi ele contando partes da minha história, como se fosse uma dose que ele servira pra alguém.
Resolvi sair dali também, nem no bar eu conseguira mudar o curso da noite, voltei para casa, tentando não cair novamente no caminho, querendo que minha pernas bambas ficassem firmes como nunca haviam ficado na vida.
Abri a porta de casa, devagar, para não acordar ninguém, esperando a paz e a tranqüilidade que aquele lugar me proporcionava. Vi pessoas acordadas e sai correndo para o banheiro, me joguei no Box, liguei o chuveiro e sentei  no chão, fiquei assim por horas, até ouvir uma batida na porta “tudo bem aí?”, “sim” menti descaradamente, tentando esconder a vergonha e humilhação.
Sai do banheiro, fui ao meu quarto,  cai na cama, olhei para as estrelas no teto do meu quarto, esperei que elas me aplaudissem, que elas achassem bonito o meu show de desespero e falta de confiança, isso não aconteceu, elas me olhavam com pena, esperando que eu chorasse novamente, que eu caísse ou que eu saísse correndo, novamente.
Fiquei deitada, ignorando as estrelas e tentando fazer com que o sono chegasse rápido.
Dormi, profundamente, tranquilamente, como não fazia a anos, meus sonhos foram agradáveis e eu tinha nesse mundo paralelo dos sonhos, tudo que eu não conseguira na noite anterior, calma, tranqüilidade, confiança e segurança.
Quando acordei, me sentia feliz, me sentia confiante, eu era a pessoa do sonho, me convenci disso, eu tinha representado meu papel perfeitamente na noite anterior, e fora aplaudida pela platéia de forma singular, tudo não passara de um sonho ruim, inverti a realidade e o sonho, estava tentando ao menos, quando uma batida na porta, corta tudo que eu estava me convencendo que era verdade, e a realidade, bateu ali, de forma grosseira e maldosa.
Abri a porta, eram flores, nelas estava preso um cartão lilás, da cor do vestido que eu usara na noite anterior, dizia “4 horas no parque”, não tinha assinatura, mas eu sabia de quem era, não tinha assunto mas eu sabia do que se tratava, depois de tudo que eu passei, era só daquilo que eu precisava.
Não precisei trocar a realidade por uma mentira, só aquelas flores, já recuperaram todo meu bom humor, toda minha felicidade voltou, meu rosto estava corado, eu não precisava daquele sucesso, tudo que eu queria, aquelas flores me trouxeram.

Pessoas de verdade.

Um modelo, um escudo, uma armadilha. Pra mim elas são todas de mentira, pequenas minas escondidas pra roubar algo seu, se possível sua vida. Conte-me de quando você foi enganado, jogado aos leões sem piedade, e tentou escapar escalando o cabelo de uma donzela. Ela também não era de verdade, você percebeu quando o cabelo dela caiu em suas mãos, ela não era careca, ela era bonita, ela era alguém, mas não alguém que pode te ajudar. Ninguém te ajuda, se não sabe o que precisa fazer, palavras não te salvam de leões, atitudes não te salvam de julgamentos, normalmente, a gente acha que sabe do que precisa, e preciso do inverso que achávamos a princípio.

Indefinidamente, eu sei, hoje eu sei, o que eu posso, o que eu não posso e no que eu posso estar me enganando ou sendo pretensiosa demais, pretensão? Quem sabe, a questão é continuar fazendo por si só, faça por você, ninguém precisa saber nada, é por você, continue a viver por você.
No fim, eu sei que eu sou feliz, eu sei quem são as minhas pessoas de verdade, hoje, quem compartilha as coisas que eu fiz por mim, quem eu quero no meu mundo. O meu show tem ingressos limitados, o limite nunca é alcançado, mas o show sempre continua, a cada ato, as pessoas mudam, e a peça vai adquirindo um caráter mais humano, cresce cada vez mais, o clímax é sempre alcançado.

Eu sei, hoje eu vejo como uma porta pra mil possibilidades diferentes, eu vejo cada conselho, cada palavra, cada gesto, um jeito diferente de eu ver o meu mundo, quero pra mim, todas as dores, todas as mágoas, quero poder ficar com todas as coisas ruins, um pouco de altruísmo, altruísmo direcionado, muito bem escolhido.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Invariavelmente

Em todas as noites em que eu fico esperando que nada aconteça, que eu fique tranquila no meu canto, que todas as luzes continuem da mesma cor e que todas as estrelas continuem no mesmo lugar, eu mudo. Algo acontece, estado de espírito me leva pra outra dimensão e agora, sou outra pessoa.
Me encontro num mundo diferente, com pessoas diferentes, que pensam diferente e querem coisas diferentes, gosto dos dois mundos, um me faz crescer devido ao conhecimento exalado, o outro devido a burrice.
O que eu levo dessa outra vida, dessas outras pessoas, desse modo diferente, é a confusão, em um momento, você aprende tudo, no outro o desespero, quem sou eu? Quem eu quero ser? Sou assim de verdade, ou eu sou aquele outro eu que eu não queria ser? Não sei.
Eu sou quem eu quero, eu quero o quem eu sou?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Com o tempo...

Muita coisa se perdeu.



Mas da pra entender, perfeitamente o que essa perda representa, certos casos evolução, outras vezes um acaso, um acidente, mas, olhar pra traz é sempre bom, ver o que aconteceu, coisas boas e ruins, tudo vale a pena.
Vale a pena, quando a vontade de viver é maior que a saudade.

Pra variar...

Em domingos, pra variar, a nostalgia bate forte, bate junto com aquele sentimento de término, aquele sentimento de domingo. O fim e o começo, parece que tudo caminha em ciclos, mesmo o domingo sendo o começo, mesmo o sábado sendo o final. A gente insiste em achar começos nos sábados, finais nos domingos.
Num canto qualquer da memória, numa página perdida de um livro, numa foto pendurada num mural, os começos e os finais ficam estampados de forma tão nítida, que é praticamente imperceptível.
Pra variar tudo que foi planejado é replanejado porque os planos iniciais nunca dão certo. É pra parar de planejar? Não existe vida sem planos, mas se os planos fogem do controle, criar novos planos que enganam os planos antigos e no final, quem ta se enganando?

Confusão

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Do caderno, num dia muito distante de hoje.

Meu corpo pede mais trabalho, minha alma pede mais amor, eu quero mais que felicidade. Quero a loucura do mundo, dos seres ingratos, do concreto excessivo e da falta de lógica que tudo isso me transmite.
A vaidade faz a sociedade um grupo de idiotas, grande objetivo de vida, ser para outro seres, ser para se ver, ser para viver. Enquanto eu tenho meu mundo, com minha insanidade, minha loucura, minha felicidade, eu não preciso da opinião alheia, mas isso é tudo que "vocês" tem.
Meus olhos estão abertos ao mundo, eu tenho vontade de destruir tudo, toda essa mentira, enganação, toda essa merda que a sociedade critica, mas insiste em não fazer nada. Ninguém precisa de nada pra se apoiar, eu sou o meu mundo, você pode ser o seu, seu deus é você, deixa de lado toda essa hipocrisia de que você se importa mais com uma crença do que com você.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A noite

A madrugada, o céu, a vermelhidão. Não sei se a claridade da noite é o fim dela ou sua beleza. Nesse horário, parece que o céu exerce uma força tranquilizante sobre mim, não é o sono, nem o cansaço, acho que se trata de inspiração, vontade de viver. Meu sono é muito invertido, sim, mas não por dormir até tarde ou por uma insonia forçada, eu gosto da noite, e da sensação de estar tudo calmo, da neblina fria, da embriagues impregnada no escuro. Gosto de pensar que agora a maioria dorme, uns ouvem música, fazem trabalho, outros ficam viajando como eu, pensando na condição que se encontram e tentando entender porque o sono não vem e porque parece tão fácil pras pessoas deitar e dormir.

Achados e Perdidos.

Achei que a partir de agora seria fácil, que eu não me importaria mais com as lembranças, boas ou ruins, que um dia me atormentaram. Pra ser sincera, nessas horas, a gente sempre pensa que vai ficar tudo melhor, vai cada vez mais pra cima, nem percebe que quanto mais alto a gente vai, mais distraido a gente fica. O caminho até o fundo é mais doloroso. Cair é mais fácil, o meio do caminho machuca as mãos e cansa o cérebro. Ficar no fundo é fácil, as vezes a gente até tenta cavar mais fundo, pra ver se pode encontrar um caminho mais fácil. Não olhe pra cima, o caminho é maior, em vez de tentar sair da lama, eu fiz uma casinha lá.

Perdi a oportunidade de ser uma música, perdi a chance de ficar ecoando por ai, fazendo as pessoas felizes, fazendo as pessoas dançarem, pensarem quem sabe. Perdi, no meio da floresta de pedra, a ponta da corda, tudo que eu tenho agora é um monte de nós sem começo e sem fim, que um dia eu vou aprender a desatar.

Não sinto minhas mãos, nem meus pés, sinto minha cabeça latejando, pedindo descanso, implorando um momento de paz. Quando eu falo comigo, eu peço pra eu parar de pensar um pouco, eu peço pra eu parar de falar comigo, pra eu parar de discutir comigo, peço, como uma criança um doce, o fim do martírio da minha cabeça.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mais amor por favor!

Estamos todos protegidos, por uma cortina que cerca nossas vidas, controla nossas ações e distribui nossa atenção. É mais fácil viver sem moldar a vida em algo que não depende só de nós. E como fazer se já estava tudo planejado, se a vida estava resolvida? Se de repente, nada disso existe mais. Não existe lucidez, não existem certezas, só existe a dúvida e a inconstância.
As incertezas são como um chamariz para novas paranóias. Dúvida e medo, medo de que a dúvida traga a incerteza, a incerteza que você tem medo que seja realidade.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Linha de raciocínio interrompida.

A cada começo se espera uma novidade, a cada novidade se espera uma alegria e a cada alegria uma sequencia de alegrias.
Apesar de parecer simples, a simplicidade é vista de uma forma diferente por cada um. O que é ser feliz? Os porques me tomam tanto tempo que por vezes esqueço de viver, esqueço que pra continuar vivendo, eu preciso parar de pensar, por vezes, e assim poder encarar tudo de uma forma mais simples, ver o mundo e não pensar nele, viver o mundo e não analisa-lo, cantar pro mundo e não tentar adivinhar que canção ele quer ouvir.
A vida é curta, temo ficar por tempo demais sem interromper o grande emaranhado de pensamentos que enrola minha mente, por todas as horas.
Queria aqui, momentos que eu não vivi, que eu estava presente, que eu tive a oportunidade de tornar lembranças boas, mas o grande amontoado de pensamentos fechava meus olhos ao mundo, afastando de mim, a lembrança que eu não tive. Seria mais fácil de tantas outras formas, que lista-las seria ridículo.
Mais uma etapa, não precisa nada novo, o velho novelo só quer continuar sendo tricotado.