terça-feira, 26 de julho de 2011

Disfarcei com as duas mãos na cintura que estava tudo bem, sorri, sentei na cadeira mais próxima e tomei um grande gole de whiskey. Mais um, mais um, até não lembrar mais quantos foram.

A embriaguez veio, passou, e a ressaca.

Minha cabeça doía como se meu cérebro quisesse expandir, e as lembranças. Meu corpo pedia água como se mais um segundo sem ela fosse o fim do mundo, e mais lembranças.

No fim, toda aquela cena de pessoa embriagada, toda aquela fuga, tudo o que aquilo quis dizer é que eu sou fraca, e tentei ignorar os problemas, de novo.

A gente continua fugindo, e vai fugir muito mais tempo, enquanto houver tempo, enquanto a gente souber pra qual lado sair, pra qual droga recorrer.
Fiquei sem palavras, sem saber o que esperar. E ainda  não sei se foi bom ou ruim.

domingo, 24 de julho de 2011

Tranquilamente

No começo era tudo mais profundo e mais intenso, como se a inspiração fluísse de um lugar que você só chega quando está cego com a novidade. O lugar é tão confortável, cheguei e fui sentando, abri uma latinha de cerveja, acendi um cigarro e aproveitei o momento, ah, eu olhava admirada, fiquei horas e horas olhando, mesmo quando a cerveja acabou, mesmo quando o maço de cigarros já se esgotara. Lá estava eu, sentindo.
Pra que ser melhor? Isso que eu busco, isso que eu vou buscar pra vida inteira, sentimentos, e eu estava lá, sentindo, e era um sentimento bom, um sentimento lindo, que eu queria que ficasse comigo pra sempre.
Voltei lá nos dias subsequentes, cada dia eu me sentia melhor, cada dia ficava mais inspirada, pulava mais alto, corria mais rápido... Consegui me sentir viva, inteira, feliz.
Voltava lá, como se o lugar fosse a solução dos problemas, como se tudo fosse perfeito pra sempre, toda vez eu olhava mais e quanto mais eu olhava, mais defeitos eu achava, mais rachaduras eu encontrava, mas o lugar ficava cinza, tudo não passara de um sonho, ou uma fase, ainda não sei o que é real.
Decidi guardar a lembrança das primeiras vezes, deixar a parte ruim pra trás. 
Quero um novo lugar, a gente sempre quer, quero aprender a viver sem esgotar o que pode ser lindo pra sempre.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Forçando

Por vezes, muitas, diga-se de passagem, só a vontade de mudar já abre nossos olhos, faz aquela nuvem de desilusão mudar-se em um diamante de confiança. A vontade só não é necessária, mas ela, por si só, é tão potente que faz com que continuemos andando, mesmo com os membros doendo, mesmo com preguiça, mesmo sangrando. A vontade seca lágrimas e transforma vidas.
Aquela vontadezinha, bem pequena, a gente ainda quer, ter vontade é sentir-se vivo e conseguir imaginar um futuro melhor. O mínimo de vontade, diversas vezes nós nem temos, e por não ter, não conseguimos criar. A partir do momento em que a gente consegue criar vontades, controla-las, sonhos são mais reais, metas são mais simples, o mundo fica mais colorido e a depressão foi embora.
Buscando sempre a mesma coisa, encontrando sempre a mesma frustração. Penso por vezes que deveria desistir, e já o fiz tantas vezes, a verdade é que eu preciso tanto desse apoio que eu não tenho, que eu busco tanto, eu me decepciono cada vez menos. Em tempo, acredito que no fim, não será eu que vai sair perdendo, isso me machuca tanto, que chega a fortalecer.
Pode ser, como todos dizem, que tudo isso é pro meu bem, claro que é, quanto mais cedo você sabe como é a dor da perda, da morte, mais cedo você cresce e aprende a conviver com isso.
Eu nunca pedi muito, eu nunca exigi demais, eu só queria aquilo que eu vejo em quase todas as pessoas ao meu redor, eu queria não precisar passar por isso agora, queria que fosse mais fácil pra mim, queria ser ouvida, queria tanta coisa.
Chega de medo.
Mentira dizer que eu não quero mais nada.
Queria ser ouvida, queria apoio, queria base, hoje, eu desisti.

this is not the first time...

Mais uma semana, desvio padrão de dois dias.
Ouvindo a mesma música.
Não sei o que acontece nessa terra, que é sempre a mesma música, é só aqui, é só ela, ela e eu, o dia inteiro.
Hoje já foi umas doze vezes, quantas mais ainda?
Quantas vezes até acabar esses dias?

Ali, por ali e por nada.

Andava como uma assombração naquela rua, com minha pose encurvada, meus olhos negros e minha expressão perdida. Alguma coisa eu tinha, eu sabia, minha aparência doentia chamava atenção, minha feição assustava, minhas roupas sujas faziam com que a maioria dos passantes desviasse os olhares. Sentei, em um canto da rua sem iluminação, com minha latinha de cerveja barata na mão, quente e pela metade, meus dois reais amassados como um dinheiro de bêbado, apesar da embriaguez não fazer parte do meu repertório naquele dia, mesmo com a latinha de cerveja, a única que eu tentei consumir aquele dia. Era quase tudo que eu tinha, era quase tudo o que eu precisava, era quase o que eu queria. Eu queria um olhar que não fosse de censura, queria a curiosidade de alguém, sem os esteriótipos, quando ela simplesmente olha e sente que a gente pode se entender, se completar de alguma forma. Isso não aconteceu, não vai acontecer, e eu vou continuar olhando pra cima, procurando um abrigo, depois pro chão, procurando alguma coisa que valha a pena, algo que alguém tenha perdido. Enquanto eu andava, naquela situação, após duas horas sentada no canto, comecei sem conhecimento a cantar,  sem preocupações e sem afinação. Chamei atenção de algumas pessoas, das quais a reação continuava a mesma, então parei. Me distrai, com a forma  hostil do ser humano e achei pedaços de sonhos perdidos no chão, em forma de moedas, papéis amassados e bitucas de cigarro, eu vi essas coisas consideradas quase sem valor como o começo do sonho de alguém, ou talvez o final dele. Guardei tudo num bolso, e fui guardando outras coisas que eu achava, folhas secas, garrafas vazias e latinhas massadas. Cheguei por fim, na praia, na beira da praia eu sentei, olhei pra todo aquele material coletado, aquele lixo, como chamam, vi da onde cada coisa vinha, eu vi o maço de cigarro sendo comprado junto com a latinha de cerveja, vi as moedas de troco e a nota fiscal, vi a árvore dando belas folhas e vi elas caindo quando já não tinham mais energia pra viver, assim como vi cada folha dessa ser pisada na rua depois. Eu vi tanta coisa, em tão pouca coisa. Cavei um buraco na areia da praia esperando enterrar todas as recordações de várias pessoas, quando vi que aquilo deveria ir pra uma lata de lixo, assim o fiz. E sai feliz, sai cantando, sai correndo pro mar, sai porque eu vi do que eu preciso, e eu não preciso da atenção nem da hostilidade, eu preciso de um banho de mar, o começo de um novo sonho e uma nova recordação.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dois dias, e a angustia de um mes inteiro. Fantasmas sobrevoando e nada a se fazer, resta que eles cansem de mim.
Dificuldade em expressar o necessário, uma barreira de medos e recordações bloqueando minha visão, impossibilitando que eu me expresse, que eu enxergue a realidade, que eu reaja no presente.
Dias sombrios, de frio, de medo. Medo de que ser eu não seja o necessário, de que ser eu não seja o certo.
Certo, pra mim pra você, pro mundo, relativo...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

As vezes eu deveria levar em consideração quando me falam "não te estraga tanto".

sexta-feira, 15 de julho de 2011

De novo, esse mesmo horário, essa mesma agonia, a mesma vontade de bater minha cabeça na parede pra ver se o sono chega. De novo, as mesmas músicas, as mesmas pessoas, os mesmos sites, os mesmo pensamentos, os mesmo e-mails, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos, as mesmas dores, mesmas vontades, mesmas inspirações.

Tudo igual!
Aquela música ta tocando. Aquela que me deixa completamente desnorteada, que faz meu coração ficar frágil e minha mente viajar em todos os acontecimentos dos últimos anos. Uma amizade perdida, um amor não vivido, um trabalho inacabado... Qualquer coisa que faz você olhar pro que passou pensando que poderia ter sido diferente, você poderia ter ligado depois daquela briguinha besta, podia ter dado aquele abraço depois daquelas lágrimas espontâneas, poderia ter trazido pra casa aquela lucidez necessária, deveria ter chorado quando teve vontade, deveria ter ficado ali e ouvido tudo até o final em vez de correr pra casa desesperada.
A palavra não é arrependimento, é aprendizado, aquele que só acontece quando você perde algo, faz você chorar como uma criança quando os pais não sabem se ela quer comer ou quer um bico. Aquela tristeza que a gente carrega pro resto da vida, como uma lembrança de um tempo difícil, que depois de uns tempos faz um bem absurdo porque agora, você sabe que tem que ficar lá e dar aquele abraço, você tem que ouvir até o final, tem que ouvir todas as partes, e sim, tem que chorar quando a vontade é tão grande que não deixa você conseguir falar.
Aquela música, aquela emoção, aquelas lágrimas brotando sem motivo aparente, aquela lembrança, aquele momento único.
Socorro, alguém me salva de mim mesma?

Diz pra garota cheia de sonhos que o mundo não é perfeito, que as pessoas não são conscientes, que não existe luta sem sofrimento e que a gente sempre sai machucada.
Fala pra ela parar de acreditar nas pessoas, diz pra ela que a natureza é hostil e que o universo não é amigável.

Diz pra mim.
Faria o que se perdesse aquele sorriso pra sempre?
Inexistiria por quanto tempo?
Maldade.

Incansável, intratável, tem tudo e não quer mais nada?
Fala sério!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Mas apesar de tudo, sei que sou broder e ainda lamento"

Pra acalmar a imprecisão e começar a descontração.
Pra cantar pra você e pro mundo que eu sou mais do que tu imaginas, muito mais do que tu verás.

E assim termina mais um dia, começando outro.
Finalmente.

Raiva.

Tava andando, andando pra frente, pra trás, pros lados, me escondendo em cantos. Lá estava eu, eu perdida, eu cansada, eu sem saber direito quem era eu, mesmo sem saber, era eu. Eu tava tentando uma forma de me garantir, que eu seria eu como eu queria, que eu me veria de uma forma que eu queria ser. Eu não sei o que sou, mas sei o que eu faço, o certo o errado, o meio termo.
O cretinismo, essa sou eu, uma cretina, tem orgulho disso? Não é bem assim, mas vergonha? Não, a vergonha é alheia a tudo isso, quando ela vê o que eu to sendo, eu já estrangulei ela, de várias formas.
Enganação, medo, covardia, convivência, consigo superar tudo isso.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Deveras cansada.

Cada momento novo e semi-lúcido faz minhas palavras beirarem a loucura. Psicótica, e irreversivelmente embriagada me encontro num momento impróprio para decisões, palavras sérias, auto-ajuda. Intensidade tem sido meu forte, nada de exageros, mas fazer da forma certa, o mais proveitosa o possível, quem sabe ajuda? Quando se pensa demais, faz-se de menos, arrependimento beira conformismo, não é pra mim. Quero toda aquela loucura de tempos atrás, junto com a cabeça de hoje e o coração de uma pedra, seria mais fácil. O cansaço, a preguiça, o medo, de inimigos, chegam a se tornar grandes aliados, é só saber aproveitar, medo de que? preguiça por que? cansada de fazer o que? Vai saber, a gente só fala, continua falando, nem pensa mais no sentido. Parece bom.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Não é sério.

"Sou paciente pra caralho, a minha volta demora, mas eu vou ser um filho da puta que igual tu nunca viu, pois cobra na mesma caixa, manda pra puta que pariu."




Segunda-feira, eu penso em fazer mil coisas, comecei, mas parece que sempre começa tarde... 
Me diz, como o final de semana consegue passar tão rápido?

domingo, 10 de julho de 2011

Sensação de que a pior parte do ano já passou, com ela, ficam as lembranças mais bizarras que alguém conseguiria ter em relação a um lugar, lembranças etílicas, lembranças piores ou melhores do que isso. Impossível imaginar minha vida sem essa parte, meu crescimento sem todo esse aprendizado, um tapinha nas costas, um sorriso amarelo meio de lado, um olhar nas costas desejando coisas horríveis, um aperto de mão, aquele fraco, que não passa confiança, que se não existisse minha vida poderia ter sido melhor.
A cada passo que a gente dá, seja pra frente ou pra trás, fica o pensamento "bom ou ruim?", não é isso que eu quero, só preciso reconhecer, que por mais difícil que tenha sido e que com certeza vai vir a ser, é preciso valer a pena, o importante, é não se arrepender.

Desde quando?

Eu vi uma toalha molhada no banheiro. A toalha me chamou atenção, ela não era de nenhuma das pessoas que morava comigo, ela simplesmente estava ali pra despertar a minha curiosidade. Senti um medo, um grande medo invadindo meus pulmões e sufocando minha alma, um medo incomum, era só uma toalha. Tentava pensar em algo que não estivesse relacionado aquela toalha. Maldita toalha, me deixe dormir, quero viver, sai daqui, por que você veio? Agora me diz, o que em mim, me incomodava tanto, pra eu ligar pra algo assim?

sábado, 2 de julho de 2011

Meu mundo sem mim.

Horas e horas sentada, esperando com todas aquelas palavras bonitas engasgadas no fundo da alma, eu esperava sem aflição, sem dúvida, sem desespero, eu esperava feliz, eu estava feliz, eu precisava daquilo. Eu ensaiei, milhares de vezes tudo que eu poderia e queria dizer, mentalmente, na frente do espelho, com os olhos fechados esperando o sono, tudo o que eu fazia era pensando naquele momento, aquele momento que poderia mudar nossas vidas, aquele momento que eu santifiquei, que eu queria mais que qualquer coisa na vida.
Aquele momento, o que nunca aconteceu, que eu precisei de força pra não chorar quando eu percebi que não tinha mais a oportunidade de concretizá-lo, aquele momento que fez tudo que eu tinha conquistado, tudo que eu presava, parecesse fútil, inútil, uma grande besteira.
Eu precisei de forças, eu preciso delas ainda, para tentar manter uma sobriedade forçada e um humor semi-constante.
As forças que eu precisei, as forças que eu busco todos os dias, todas as horas que eu sinto falta delas, eu lembro de onde eu as consegui quando o mundo desabou, eu lembro que só preciso de mim, e dessa vez, sem fugir, sem errar, afinal, aquele momento não existiu, aquele momento mágico preso na minha imaginação, aquele que eu mais queria, não existiu, uma desistencia, aquela que você lembra todos os dias da sua vida, aquela que mesmo com todas as forças do mundo, você não consegue superar.