terça-feira, 30 de agosto de 2011

Calma lucidez, que me traz sua paz em raros momentos quietos e chuvosos. Lucidez que por vezes eu achei que nunca mais encontraria, tamanha loucura da vida me cega a ponto de achar que pra sempre te perdia. A tranquilidade ecoando em pequenos sinais brilhantes na minha noite escura, trouxe por momentos aquela que tinha perdido a meses. Sensação que passa, que aos poucos se transforma em uma correnteza de novas psicoses. Novos medos, angustias, novas preocupações, que traz a loucura de novo, e espanta, por um bom tempo, senão pra sempre. Um canto, um pedaço de mim quer de volta, lucidez, e só lucidez.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Por dez segundos eu me perdi, profundamente perdida em pensamentos, eram sobre todo tipo de situação, tratava-se da minha vida, vista de um ponto de vista específico, o que me fez parar, e lembrar que eu sou uma idiota.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A inconstância, e a vontade de morrer a cada segundo que passa, cada palavra que sai e cada uma que eu ouço, é como se fosse um soco no estômago acompanhado de uma dose de loucura. Uma faca na aorta e um beijo na bochecha, como se fosse fácil aguentar toda essa falta de exatidão. A poeira não baixa, as cortinas não fecham, as lágrimas não secam.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Juntar as palavras e botar cada uma no seu devido lugar. Como se falar fosse difícil, como se as palavras fugissem, e eu só lembrasse das coisas e não dos seus nomes. Fico olhando e pensando e esqueço de falar, como se eu nunca mais fosse conseguir me comunicar. Fiquei imaginando uma vida solitária, sem contato com ninguém, ou qualquer tipo de contato que fosse existir fosse mal sucedido, porque eu não saberia como falar com as pessoas. Foi estranho, mas pensei que não seria tão ruim, a maior parte dos nossos contatos com as pessoas são tão insignificantes, que as vezes a gente até preferia não tê-los.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O abandono

Mais fácil fugir do que encarar os problemas, a gente sabe, sempre soube, tentamos abandonar os problemas. Só esquece que são problemas, eles não fogem da gente, a gente foge deles, e quanto mais a gente adia uma solução, mais eles nos perseguem.
Ficamos tentando achar a saída mais próxima e acabamos gerando outros problemas, a nossa fuga custa caro, mesmo que a princípio ela pareça bem sucedida, a melhor alternativa. Pensar as vezes parece um martírio, mas é mais necessário do que resolver os problemas, as vezes só pensando que a gente descobre que talvez nosso maior medo não seja o problema e sim a solução, ou que o problema não se trata necessariamente de um problema. Seria mais fácil, com certeza, se a gente sempre enxergasse as alternativas, mas normalmente nos encontramos tão cegos, com a falta do pensar sobre o assunto que não percebe que temos bem mais possibilidade.
Ficaria tudo mais tranquilo, mais simples se a gente simplesmente admitisse que tudo isso existe e que somos fracos, que temos medo das conseqüências, analisar parece difícil quando a cegueira e a surdez fazem seu papel bem sucedido.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Possível

Decisões são difíceis, a gente imagina o certo, pensa numa solução pra chegar nele, briga com a consciência, chora, grita, ama, se perde, e esquece o que é correto pra nós mesmos. Um dia o certo é de uma forma, no outro o certo é o errado de ontem, e no fim a gente só quer ser feliz, e faz de tudo pra isso.
Pensa tanto que age sem pensar, na hora é só impulso, sempre é. Fica parada olhando tudo acontecer, esquece o que tinha que fazer, fica num canto pedindo ajuda, sem falar, só olhando, com olhos que imploram atenção, olhos de nervosia, de cansaço, aqueles que só quem conhece sabe.
Chega aquele momento que a impulsão é tanta que mesmo sóbria parece que a embriaguez tomou conta do corpo e da alma. Ou o momento que a depressão é tamanha que mesmo fazendo de tudo pra se levantar, os ossos não respondem, os músculos se retraem.
Fica nisso, por meses, por anos, e depois de tanto tempo nós não conseguimos nos habituar ainda ao tipo comportamento e de vida que convivemos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Não sei traduzir o que se passa na minha cabeça, não estou conseguindo transpor para a vida, nem levar pra minha história como algo bom. Não sei contar relatos, não sei dizer o que está acontecendo, é difícil entender o que eu quero de mim, o que esperar da minha mente. Está tudo escuro e o mundo é hostil, me sinto um marginal, ou quem sabe um lobo, rondando as ovelhas no rebanho, esperando quem atacar, auto defesa, instinto de sobrevivência.
Parece simples livrar-se de toda a amargura quando pensamos fora do contexto, parece fácil inventar desculpas pra fugir dele, mas a gente sempre sabe no final, que a solução não é aquela que a gente inventou, porque ela não se trata especificamente do que queremos resolver.
Resolver é sempre a parte mais difícil, mesmo com a solução, a prática é impossível.

merda.

O dia passou, eram sete horas da manhã, o dia mal começava, mas isso não mudava o fato de que ele desaparecera pra mim. Estava tudo claro, mas a claridade me cegava, me cegava ao ponto de eu pensar que não veria mais nada nunca. O desespero tomava conta de cada segundo até o fim do dia, não tinha como viver.
Ainda não sei se vou recuperar minha visão completamente, mas isso é secundário. Pensava o tempo todo, o tempo que eu tinha, eu não tinha tempo. Fora de controle, meu corpo não respondia aos meus apelos de viver, minha alma não queria mais nada, eu só queria dormir. E eu dormi, e vou continuar dormindo até a raiva, a insensatez e as mágoas passarem.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Certos momentos parece que o mundo conspira pra tudo que você está pensando aconteça de forma inversa.
Não estava conseguindo me alimentar, parece que meu corpo não precisava de comida, precisava de alguma outra coisa, parece que minha garganta criara um bloqueio contra eu mesma. Vontade de nada, sai e volta como saiu, como se nada tivesse acontecido nem acontecendo. Tempos difíceis, tempos pra esquecer. A cabeça lateja como se nunca fosse parar, a vontade de bater ela na parede é maior do que a de levantar da cama.
Enquanto eu penso que a solução é ficar quieta num canto, me falam pra sair, tomar uma cervejas e tentar esquecer os problemas. as vezes vou por mim, outras vezes vou na ideia dos outros, de qualquer forma, nenhuma das duas é a solução, nenhum resolve problemas, as vezes nem a minha cabeça.
Quem sabe fugir, mas eu vejo todo mundo fazer isso sem conclusão e sem retorno, sem nenhuma esperança ou crença que algo mude. Seria mais fácil imitar os outros e não precisar pensar, como a gente faz o tempo todo, mas o tempo todo, todo mundo toma a decisão errada, então eu prefiro perder o meu tempo pensando, e quem sabe tomar a decisão errada, a minha decisão errada.
Então eu canso, eu me esforço, eu não faço nada, e tudo isso me faz pensar que tudo o que eu fiz e não fiz está certo, porque foi eu, mesmo que eu continue assim pra sempre, a depressão virou minha amiga.