domingo, 19 de fevereiro de 2012

"O chão estava tão longe que quase não conseguia distingui-lo através das névoas cinzentas que turbilhonavam a sua volta, mas podia sentir que caía muito depressa, e sabia o que o esperava lá embaixo. Mesmo nos sonhos, não é possível cair para sempre. Sabia que acordaria um instante antes de atingir o solo. Sempre se acorda um instante antes de atingir o solo.
E se não acordar?, perguntou a voz.
O chão estava agora mais perto, ainda distante, a um milhar de milhas de distancia, mas mais perto do que estivera. Ali, na escuridão fazia frio. Não havia sol, nem estrelas, apenas o solo, que subia para esmagá-lo, e as névoas cinzentas, e a voz sussurrada. Desejou chorar.
Não chore. Voe."
pg 119.

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